Colecione inúmeras ”primeiras vezes”.
Crônica de Martha Medeiros, que transfiro para vocês lerem, como se fosse um convite para sairmos de nossa zona de conforto e, realmente, vivermos:
“Ainda dá tempo pra tudo...
Pode o céu estar fechado neste instante, mas uma hora abre, não falha.
Pouco importa a nossa idade: estamos vivos. Então ainda dá tempo para reatarmos, dá tempo para terminarmos uma relação ruim e começar outra, dá tempo de pedir perdão ou de colocar uma pedra sobre o assunto que nos incomoda, dá tempo de termos um relacionamento mais leve e prazeroso, e indo além das questões amorosas: dá tempo de conhecer a Ásia, de escrever nossas memórias, de mergulhar no mar à noite, de aprender a cozinhar, de falar italiano, de fazer diferença, de começar uma coleção. Se me permite uma sugestão: colecione inúmeras ”primeiras vezes”. Todas as primeiras vezes que temos evitado porque não simpatizamos com mudanças.
Basta a gente querer...
É a parte mais difícil: querer. Porque querer dá trabalho! Querer convoca à ação. Nos arranca debaixo das cobertas. Querer pressupõe suor, planejamento, esforço, risco. O querer nos cobra, nos aponta o dedo, e aí, criatura? Quis tanto e não batalhou? Querer nos chama para o combate. E lá vamos nós.
Queira. Não se contente com o que já tem. Ou com o que nunca teve. Queira mais, queira melhor, queira o impossível, queira sem garantia de ser bem sucedido, simplesmente queira tanto, mas tanto, a ponto de emitir sinais – alguém há de captá-los.
Recado para os cansados: ainda dá tempo... Para os desiludidos: ainda dá tempo... Para os frustrados: ainda dá tempo. Para os desistentes: tente um pouco mais...
Você respira? Então ainda dá.”