Maturidade

26/12/2014 09:28

Muito se fala que precisamos nos tornar pessoas maduras.

Dizem que a maturidade da pessoa se encontra na fase adulta. Que é um estado da pessoa ou das coisas que atingiram completo desenvolvimento. Seja ela mental, emocional ou espiritual.

Também dizem que na maturidade necessitamos mais de alimentos sólidos (isso quer dizer fé), que não nos deixamos ficar incomodados com as ofensas, que nossa consciência não fica relacionada a opiniões alheias modificando nosso estilo de vida, passamos a ser mais humildes e mais agradecidos  e passamos a ter uma crença muito mais forte sobre a força do Criador em torno de tudo que nos cerca e com as coisas que nos acontecem.

O que sabemos é que a maturidade ensina que a verdadeira idade não é tão somente um número no documento, mas um estado de espírito diante da vida.

Por isso, podemos ver pessoas não tão jovens com espírito de criança, sentindo a vida se renovar mais e mais a cada dia.

A maturidade também nos ensina que os movimentos lentos, os suspiros involuntários, os gestos comedidos e as limitações do corpo são marcas do tempo para lembrar que a vida merece calma e, por vezes, pausas.

E principalmente, ela nos mostra que cada instante a ser vivido, é uma chance para se alcançar a felicidade.

O escritor português, Vergílio Ferreira escreveu:

“Vive o instante que passa.

Vive-o intensamente até a última gota de sangue.

[…] Porque nunca mais ele será o mesmo nem tu que o estás vivendo.”

Depois ele completou:

Olha o sol difícil entre as nuvens, respira a profundidade de ti, ouve o vento.

Escuta as vozes longínquas de crianças, o ruído de um motor que passa na estrada, o silêncio que isso envolve e que fica.

E pensa-te a ti que disso te apercebes, sê vivo aí, pensa-te vivo aí, sente-te aí.

E que nada se perca infinitesimalmente no mundo que vives e na pessoa que és”.

Ahhhh!!! Se tivéssemos aprendido tudo isso antes de termos perdido tanto tempo em vão pela correria rotineira.

Se tivéssemos aprendido que podemos sentir a felicidade em momentos de distração... que os jardins da vida não têm somente flores, mas espinhos também (e muitos)...

Lembram o que a flor disse ao pequeno príncipe? : -“É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas”.

Se tivéssemos aprendido que é preciso estar sempre aberto para mudanças... E principalmente, ter aprendido que viver é o mais sublime presente da existência humana, apesar dos pesares.

Como escreveu Clarice Lispector:

Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de.

Apesar de, se deve comer.

Apesar de, se deve amar.

Apesar de, se deve morrer.

Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para frente.”

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