Permanecer ou partir. A escolha é nossa!
E então o tempo passa e tudo começa a ficar diferente do que era antes. As pessoas mudam, outras vão embora, os ambientes tomam outras formas, o mundo renova-se e, ali no meio disso tudo ficamos nós, tentando nos equilibrar nesta corda bamba que é a vida. Talvez por conta dessa constante mudança, sempre imprevisível, tentamos manter as coisas em ordem perto de nós, como se precisássemos de alguma constância em meio a essa vida que balança sem parar.
Infelizmente, se nos prendermos a coisas e pessoas, depositando-lhes toda carga de responsabilidade sobre nosso equilíbrio, necessitando de que tudo fique como e onde está, apesar de tudo, haja o que houver, estaremos condenados a nos decepcionar fortemente. Haverá momentos em que tudo o que parecia certo se desmorona e nada volta a ser como antes nem ninguém será como já foi um dia. Para então sobrevivermos, teremos que ir, teremos que deixar ir os momentos, as coisas, os sentimentos.
Teremos que perceber quando não somos mais parte de certos lugares, quando não mais precisarem de nós ali, quando nossa presença não for requisitada, quando nosso amor não mais encontrar terreno afetivo ao lado de quem foge ao nosso olhar. Porque haverá ambientes que passaremos a conhecer e retornar muito melhores sem determinadas pessoas e sentimentos, pois aparecerão outras pessoas que desejarão nossa presença, haverão vidas correndo com tranquilidade perto de nós.
Ainda que não seja fácil, será preciso nos afastar do que e de quem já caminha longe da gente.
Na verdade, mesmo que leve um tempo, acabaremos chegando à conclusão de que algumas coisas e algumas pessoas não nos farão mais falta alguma, pois o que não carrega reciprocidade não vinga, não floresce, nem acrescenta.
Ficaremos bem melhores longe daquilo e daqueles que não nos recebia com verdade.
Nosso afastamento será necessário para que esta ausência traga clareza, fazendo com que voltemos mais fortes junto ao que era incerto e já não é mais.
Embora relutemos muito em nos desprender de algumas coisas e de certas pessoas que temos como imprescindíveis, tomarmos a atitude de nos afastar do que já transbordou para o lado errado, do que sufoca e apaga o nosso sorriso, de quem mal nos percebe e pouco se importa, acabará por nos poupar de machucados e desgostos, pois é assim que tomaremos de volta nosso amor-próprio, é assim que saberemos nos valorizar antes de tudo. Sofrer com as rupturas nos fortalece e passa; sofrer sem ter coragem de sair daquilo que causa dor nos diminui e não tem fim. A escolha é só nossa.