Vida acelerada, tô fora!

04/10/2015 07:38

Infelizmente vivemos em um mundo que está cada vez mais acelerado. Nossa necessidade hoje é: correr, correr, correr!

As horas do dia estão se tornando curtas e devoradas por todas as nossas tarefas.

Trabalhamos 8 horas por dia, muitos ainda fazem faculdade a noite ou se aperfeiçoam e se atualizam em suas carreiras profissionais.

Desta forma, acabo sentindo que os anos estão se tornando cada vez mais curtos, os dias passando cada vez mais rápido, o relógio lá, devorando de nós o tempo.

Quando desaceleramos um pouco, nos finais de semana, sem nenhum trabalho, sem cursos, sem faculdades, conseguimos sentir algo especial no ar, o relógio é menos consultado, as preocupações são diminuídas.

Curtimos nossos amores, nossos filhos, nossos amigos, nossos familiares ou até, a nós mesmos.

Sorrimos, brincamos, recordamos, descansamos.

E, lá vem de novo o final do domingo, o final de um feriado prolongado, o final de nossas férias. Nosso coração lamenta o final da tão boa folga, e a maioria costuma retornar para seus afazeres com caras tristes. E até o final de uma próxima parada, nos esquecemos daquela magia momentânea e tudo volta a ser caótico, corrido, acelerado.

Vai dizer que não é assim?!

Mas afinal, o que estamos fazendo?

Confesso que estou longe de ser uma mulher calma. Muitas vezes sou impaciente, não paro de correr um minuto sequer, abraço tarefas mais do que deveria, não suporto me atrasar, quero tudo pra ontem!

Minha mente não para.

E é por eu ser assim e, ouvir os comentários (não digo críticas mas sim aconselhamentos de pessoas que me amam e que me querem bem), que comecei a questionar a vida que diz que esse exagero é saudável e que critica quem tem um ritmo mais calmo.

Fiquei sinceramente preocupada com minha própria mania de não priorizar o meu tempo.

Sei que não é certo e nem saudável ficar parado esperando a vida trazer as oportunidades, atrasar-se o tempo todo, não lutar pelo que deseja. Mas nenhum dos extremos está correto.

Precisamos de um equilíbrio. Estamos tão apressados em ser bem sucedidos, em ter mais e mais, que nos esquecemos de valorizar o que já temos. Conforto é bom, lazer é indispensável e amar é o que nos faz viver, e não apenas existir. Amar nossos familiares, amigos, nosso companheiro e sorrir com eles.

Não estou dizendo que devemos largar todas as nossas responsabilidades, mas acho que devemos aprender a conciliar as coisas, desacelerar um pouco o passo, libertar o sorriso. As pessoas se preocupam tanto em ganhar dinheiro, em se especializar profissionalmente, que esquecem de olhar para o outro, colecionar bons momentos. A aceleração favorece o egoísmo. E, infelizmente, o egoísmo torna o outro dispensável.

Deixamos os momentos felizes para trás. A felicidade está naquele sorriso, na chuva repentina, no abraço de quem se ama. Eu não quero a super felicidade, pois sei que ela não existe.

Quero apenas todas as pequenas felicidades, para criar uma vida inteira de lembranças felizes.