Você se importa de ser um "pote rachado?"

24/07/2015 07:07

“Um homem contratou um servo para diariamente completar os seus depósitos com água.
O servo comprou dois potes, como é comum na Índia, amarrou-lhes cordas à boca e prendeu em uma haste resistente para carregar, sobre os ombros, os dois potes de água.
Diariamente, ele ia à fonte, enchia os potes, trazia-os, completando os depósitos e era feliz com seu amo e com seu trabalho.
Um dia, um pote rachou e, a partir daí, sempre a água que o pote rachado levava derramava pelo caminho, perdendo a metade pela rachadura.
Perdendo-se água, o carregador dava mais uma viagem, retornando à fonte outra vez.
Um dia, o pote rachado disse:
- Meu rapaz, eu quero lhe pedir um favor: jogue-me fora, substitua-me. Eu sou motivo de cansaço para você. Pela minha rachadura perde-se muita água, e você tem que dar outra viagem!
O carregador lhe respondeu:
- Mas eu não estou me queixando.
- Sim, mas eu estou. Você é tão gentil comigo, preservando-me. Quebre-me, eu já estou na hora de ser abandonado, estou imprestável.
O homem que o carregava propôs:
- Olhe aqui, venha ver, por favor.
Carregou-o com cuidado, subiu o aclive e explicou-lhe
- Veja a distância daqui até a casa do amo. Note este lado como está verde, como está cheio de flores e note o outro, como está árido.
O pote olhou e confirmou:
- De fato, que se passa?
Ele esclareceu:
- Pois é, quando eu percebi que você ia derramar água, comecei a pensar que, você poderia ser-me útil. Então, eu semeei flores, atirei sementes, pólen e, diariamente, você se encarregava de molhá-los, poupando-me esse trabalho. As sementes germinaram, e aí está, deste lado eu tenho um jardim e sem nenhum trabalho; você o molha para mim todo dia.
- Mas que maravilha! Mas eu sou um transtorno na sua vida, porque o seu amo percebe o seu cansaço que resulta das duas viagens.
Ele concluiu:
- Mas meu amo gosta de mim, porque diariamente, quando eu lhe preparo o café, venho a este lado do jardim, tiro algumas flores que você umedece e coloco-as no jarro, embelezando a mesa onde meu amo alimenta-se. E ele, diante da mesa florida, fica muito feliz. Daí você me é de uma utilidade incomparável.
O pote rachado calou-se e o servo continuou conduzindo-o.”
O que podemos tirar dessa estória é que, um grande número de nós pode ser um pote rachado.
Enquanto não se encontram potes mais perfeitos, Deus nos utiliza de acordo com as nossas próprias “deficiências” para a prática do bem.
Por isso, não podemos deixar de fazer o bem porque temos imperfeições, porque temos dificuldades, porque temos limites. Não podemos esperar atingirmos a perfeição para sermos úteis, temos sim que sermos úteis, para alcançarmos a perfeição.
Devemos fazer um esforço para melhorarmos mais e mais, porque somos ainda seres imperfeitos, um vasilhame rachado, mas tentando sempre tornarmos melhor.
Então, se estamos aqui colhendo flores neste jardim maravilhoso que é a nossa vida, é porque outros potes rachados regaram este jardim para nós.
Por isso, sejamos os trabalhadores a partir de agora, que trabalham por amor, com dedicação, sem querer saber o que ou o quanto receberemos; sem nos preocuparmos se fizemos pouco ou muito, porque o importante é fazer bem, com qualidade e quem sabe, atrair mais pessoas para esta nossa caminhada, dando continuidade ao nosso trabalho.
E é nesta luta, que devemos fazer o melhor hoje, para diminuir um pouco as nossas rachaduras, ou seja, com menos defeitos, e quem sabe, com mais utilidade.
Continuemos levando a nossa água, talvez não cumpramos exatamente com nosso dever, diante da meta que traçamos em nossa vida, mas pelo menos, que em nosso caminho, hajam flores para aqueles que vierem depois colhendo e agradecendo por todo o bem que possamos ter feito.